Como já falei aqui pelo blog, minha formação é em letras-inglês. Trabalho com pesquisa acadêmica em inglês, em feminismo e estudos culturais, e tradução. Vira e mexe trabalho como jornalista e editora também. Tendo formação na área e sendo fluente em inglês, tenho grandes interesses em estimular o bilinguismo na Alis, mas como a minha linha de pesquisa e estudo nunca foi no ensino da língua inglesa, não sei bem como proceder. Tenho o meu método de tentativa e erro e, pra dizer a verdade, ainda não vi resultado. A Alis fala português mesmo, mas arranha um inglês nas musiquinhas que toco pra ela da Sesame Street. Bom, mas o que eu faço no dia a dia pra estimular o bilinguismo se resume a três coisas, e três coisas apenas:
- Coloco desenhos para ela assistir em inglês (Peppa Pig, Bear in the Big Blue House e Backyardigans.
- A Alis escuta músicas principalmente em inglês, e principalmente da Sesame Street (a Vila Sésamo), e já canta comigo (algumas sílabas, né) a música But I Like You.
- Leio vários livros pra ela em inglês. Leio poesias do W. H. Auden, livros de fábulas, livro de contos da Disney, livros sobre fósseis, sobre a terra, todo e qualquer assunto que esteja escrito em inglês.
Eu disse “e três coisas apenas” porque eu não faço uma coisa que talvez devesse fazer: não fico conversando com ela em inglês, apenas em português. Seguem abaixo dois links, um mais científico e outro em formato de notícia. Vou fazer uma pesquisa mais aprofundada e postar aqui os resultados, mas por enquanto fica uma sementinha do assunto aqui.
A possibilidade de que o bilinguismo precoce afete o desenvolvimento cognitivo e de linguagem das crianças tem sido há muito tempo uma preocupação de pais e de educadores. Na primeira metade do século 20, o ponto de vista predominante era de que o bilinguismo e a aquisição de um segundo idioma no início da vida confundiria a criança e interferiria com sua capacidade de desenvolver funções cognitivas normais, e de ser bem-sucedida em ambientes educacionais. Essas ideias passaram por uma reversão radical com um estudo de Peal e Lambert, que constituiu um marco na área e demonstrou a superioridade geral de bilíngues em comparação com monolíngues em uma grande variedade de testes de inteligência e de aspectos de desempenho escolar. As pesquisas recentes têm sido mais equilibradas, identificando áreas nas quais crianças bilíngues são superiores e outras áreas nas quais o bilinguismo não tem efeitos sobre o desenvolvimento.
“Dizer que o bilinguismo aumenta a inteligência é tão errado quanto dizer que diminui” – psicóloga Elizabete Flory
Por falarem mais de uma língua, crianças bilíngues desenvolvem mais rápido o que a psicologia chama de “controle inibitório”, pois, enquanto falam uma língua, elas naturalmente inibem a outra. “Isso nos auxilia quando temos muitos estímulos e precisamos nos focar em apenas um deles”, acrescenta Flory.
E dois links em inglês:
Top 5 mitos sobre educar uma criança a ser bilíngue: aqui.
O bilinguismo causa atraso no aprendizado da linguagem? Aqui.